“Muito caro”
Você pagaria 1 mil reais por 1 hora de conversa?
Vamos começar esse artigo transcrevendo uma analogia de um livro:
“Suponha que você encontre uma mulher na rua – muito mais feliz que você – com uma caixa na mão contendo 1 milhão de reais. Ela diz: ‘ei! ganhei 1 bilhão fazendo exatamente o que você faz e obtive essa quantia em 1 ano gastando ⅕ do valor que você gasta. Está disposto a me pagar R$ 1.000,00 por 1 hora onde eu conto como consegui isso para que você faça o mesmo?”
Essa anedota pode parecer irreal mas a ideia é ilustrar que preço e valor são conceitos bem diferentes.
Não se trata do quanto se está disposto a pagar, mas sim o valor do que está sendo entregue.
Não pagamos um preço apenas, pagamos pela diferença que aquilo fará em nossas vidas.
No post O que seu paciente está disposto a fazer para não perder sua consulta? deixamos isso ainda mais claro.
No relato, a paciente se submete a prolongar uma experiência desagradável de emprego infeliz a fim de não perder as consultas psicoterapêuticas por um tempo estimado. O benefício que aquelas consultas proporcionaram era altamente valioso e ela não estava disposta a perder isso nos próximos meses.
“Agregando valor”
Expor os verdadeiros diferenciais, descrever os motivos e demonstrar o valor são meios de posicionar o seu trabalho.
Quando a audiência reconhece a importância de um trabalho, o caminho natural é uma agenda cada vez mais preenchida.
E, pela limitação temporal, é natural que o preço de uma consulta aumente gradualmente.
Projetos sociais e tantos outros trabalhos de escuta terapêutica trazem uma experiência ímpar aos profissionais de psicoterapia.
Essas experiências demonstram quanta bagagem e aprendizado existe por trás de cada profissional.
Um profissional que se posiciona ética e respeitosamente, educando o público sobre as diversas dores e problemas assistidos, constrói uma autoridade.
E é essa autoridade que permite aumentar o valor da consulta pois, quando a demanda aumenta, a lei da oferta e procura se faz presente.
Capitalismo é um vilão?
E não há mal nisso. Muitos podem vislumbrar o capitalismo como um grande antagonista, mas isso não passa de uma lei natural do mercado.
E aumentar o preço não significa que se deixa de ajudar pessoas com menos condições.
Nada o impede de participar ou oferecer sessões sociais a preços mais baixos, ou escalar a distribuição de conhecimento por outros meios (palestras, grupos terapêuticos, redação de livros e artigos, etc)
Quantos e quantos livros não foram sabiamente escritos, democratizando o acesso a informações valiosas? Um paciente de repente não pode pagar pelo preço da sua hora, mas pode comprar um livro seu e receber informações transformadoras.
O ponto é determinar o valor do seu tempo e como direcioná-lo haja visto a limitação natural de uma agenda.
Preço e o Código de Ética
É sabido que o Código de Ética dispõe que não deve ser exibido o preço de uma consulta como forma de propaganda.
E isso faz total sentido quando se trata de uma assistência psicológica. O preço é determinado por uma série de fatores, muito além de um espaço simples de anúncio.
Não indicamos de forma alguma expor preços, muito menos suscitar barganhas.
A questão aqui colocada é uma reflexão sobre entrega de valor e tempo.
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